Domingo, 14 de setembro, marcou a data de uma expedição inédita ao cânion do rio Cais, conhecido por Amarelo. Até então, já havia sido mapeado o cânion do rio Poty, maior e o cânion do rio São Miguel, bem menor. Agora o município de Castelo do Piauí conta com mais um atrativo de beleza indescritível sendo este bem mais próximo da cidade, a menos de 12 quilômetros, sendo um cânion intermediário ente os dois.
Partiram bem cedo da manhã para esta expedição desbravadora, o artista gráfico Juscelino Reis, o contabilista e historiador Josué Mineiro, além deste que escreve - Benedito Rubens. O dia claro e ensolarado permitiu a elaboração de um belíssimo registro fotográfico do Amarelo, cujo nome se refere a uma espécie de ferrificação que escorre do interior das rochas às margens do rio, possuindo matizes de cor que vai do vermelho, laranja até o amarelo limão.
Numa região seca como aquela, a formação de dezenas de poços naturais passam a ser uma espécie de santuário para um sem número de animais, como aves tal qual o socó-boi, gaviões, abutres, pássaros diversos que saciam sua sede e se alimentam dos tantos peixes que se mostram à vista devido à clareza da água. Com a aproximação do período de maior calor muitos poços secam matando toda a vida ali existente o que proporciona um banquete aos Urubus.
Por mais de dois quilômetros o rio singrou a rocha moldando-a e formando cavas que chegam a 20 metros de altura e poços profundos, ao perpassar ininterruptamente durante milênios, a água cobriu o arenito com uma lâmina resistente e brilhante fazendo com que a pedra reluza com intensidade ao toque dos raios de sol, é simplesmente lindo. Dizem os pescadores da região, que ali existem cavernas submersas onde moram cobras centenárias que mais parecem monstros aquáticos aguçando ainda mais a imaginação de quem o visita.
Necessário se faz a implantação de uma unidade de conservação para a proteção integral do Amarelo, inclusive, ele está numa posição rio abaixo em relação à cidade de Castelo que o margeia a, aproximadamente, uns 15 quilômetros rio acima, isto exigirá o controle total da emissão de efluentes líquido lançados no rio.
Certamente, o Todo Poderoso foi benevolente com Castelo do Piauí e região, no que tange ao turismo ecológico, exigindo de todos nós, uma postura de protetores destes repositórios de vida silvestre, onde a natureza se conserva com uma força e beleza não encontradas noutro ponto do planeta. Vida longa ao Cânion do Amarelo, em nome das futuras gerações.
Benedito Rubens Luna de Azevedo
Assessor de Turismo
Setembro de 2008
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