25 anos de um certame que todos os anos provoca uma autêntica romaria à vila. Este ano não fugiu à regra e, durante os dois dias da Feira, contaram-se cerca de 20 mil visitantes.O certame abriu as portas pelas 10 horas de Sábado e, antes mesmo dessa hora, já eram centenas os carros que enchiam os espaços reservados ao estacionamento. E quanto a autocarros, era vê-los a chegar e deixar centenas de visitantes visivelmente encantados com a beleza da região. Com o passar das horas os elementos da GNR já não tinham mãos a medir, tal era o número de veículos a tentar chegar ao alto de Marvão. Tanto assim foi que durante a tarde os carros já não podiam passar da zona da Portagem. A solução, que foi adoptada pela maioria dos visitantes, era apanhar o autocarro disponibilizado pela autarquia que passou o fim-de-semana em viagens entre a Portagem e Marvão.
O número de visitantes assemelhou-se aos valores registados nos últimos anos, ou seja, foram cerca de 20 mil as pessoas que não quiseram faltar à edição de 2008 da Feira da Castanha. Dentro da vila de Marvão os atractivos eram muitos. Ao andarmos pelas ruas da antiga Ibn Marwan, deparávamo-nos com centenas de artistas de animação, nomeadamente Pifaradas (Serra da Estrela), Unidos da Paródia (Amarante), Domingos e Dias Santos (Nisa), Rancho Folclórico da Casa do Povo de Santo António das Areias, Charanga Show Taipapi (San Vicente de Alcântara, Espanha) e Concertinas das Palmeiras (Castelo Branco). Obviamente, e porque o evento se baseia no fruto mais apreciado do Outono, a Feira da Castanha deste ano contou com quatro magustos colocados em sítios estratégicos da vila com a tradicional castanha assada e vinho da região. Além das apetitosas castanhas, o preço também era convidativo, pois por apenas 0,70 compravam um cartucho bem cheio. Quanto à qualidade do fruto, as opiniões foram todas similares, as pessoas a quem perguntámos estavam satisfeitas com as castanhas deste ano.A zona das habituais ‘barraquinhas’, junto ao edifício da Câmara, reunia também muita gente, pois, por entre os cerca de 80 postos de artesanato autenticamente português, os produtos eram para todos os gostos e idades.Mas não era tudo. Sendo a gastronomia um dos cartões de visita da região, essas atracções não podiam faltar. A área de enchidos e queijos parecia ter íman, uma vez que, com mais ou menos fome, eram poucos os turistas que resistiam a aproximar-se dos balcões. O mesmo acontecia com a área de compotas, licores e doces caseiros. E por falar em doces, para os mais gulosos havia um local de passagem obrigatória, nomeadamente a Casa da Cultura onde decorria o Concurso de Doçaria com Castanha. Ao passar-se junto à porta do edifício, até o cheiro parecia chamar e, por gula ou simples curiosidade, esse foi um dos espaços onde era difícil entrar, tal era a afluência.Também a Tenda dos produtores locais gerou muita curiosidade, principalmente de pessoas oriundas de outros pontos do País que assim tiveram oportunidade de conhecer outros sabores.
Como habitualmente, os espectáculos musicais também marcaram presença na Feira da Castanha. Assim, no Sábado actuou o grupo de música popular Cantareias e no Domingo os visitantes puderam assistir à actuação da Orquestra Ligeira da Escola de Música, da Associação de Cultura e Acção Social de Marvão.Para assinalar a comemoração das Bodas de Prata da Feira da Castanha, houve um momento particular. No Sábado realizou-se o lançamento do livro ‘Marvão – Festa do Castanheiro / Feira da Castanha - 25 Anos Memórias – 1982/2008’. Também no mesmo dia ocorreu a Cerimónia Protocolar de ratificação do acordo de geminação entre os municípios de Marvão e Castelo de Piauí (Brasil), evento que contou com a presença das autoridades castelenses. De recordar ainda que, a par da Festa da Castanha, o concelho de Marvão está também a promover, desde 1 de Novembro até dia 16, a Quinzena Gastronómica da Castanha, nos restaurantes que aderiram à iniciativa.Depois de terminada a 25ª Feira da Castanha, Vítor Frutuoso, presidente da Câmara Municipal de Marvão, frisou ao nosso jornal que este certame "é de uma importância muito grande porque já tem uma notoriedade significativa". O autarca continuou, afirmando que "a Feira da Castanha já adquiriu a sua vida própria, pois é uma entidade imaterial mas, por si só, consegue garantir a sua continuidade" e deixando mesmo a garantia de que "se houvesse dificuldades com o executivo ou com outra questão qualquer, na minha perspectiva a feira não deixava de se fazer".
O edil marvanense não tem dúvidas de que "esta é uma festa nacional, nós recebemos aqui pessoas do Norte ao Sul de Portugal", até porque, tal como nos disse, "mesmo a imprensa reconhece a importância desta feira, uma vez que tivemos cá diversos órgãos de comunicação social nacionais". Além disto, a quem por lá passou não passou certamente despercebido o número de visitantes vindos da vizinha Espanha. A Feira da Castanha começa já a atrair público castelhano e a pretensão da autarquia passa por atrair ainda mais público internacional para as futuras edições. "Queremos levar esta Feira para o panorama internacional, ou seja, começar a cativar os nossos vizinhos espanhóis, neste momento numa zona de muita proximidade que é a Extremadura Espanhola", adiantou Vítor Frutuoso.Quanto ao número de visitantes que a Feira recebeu, para o presidente da Câmara, "esse valor de 20 mil pessoas tem sido o máximo atingido pelo certame noutros anos", perfazendo por isso um balanço positivo e correspondente às expectativas do município.O autarca de Marvão sublinhou o facto de o preço de entrada na feira ser 1 euro, "um valor simbólico" que, tal como lembrou, "não paga tudo aquilo que se movimenta à volta da Feira da Castanha mas permite-nos ter uma noção muito concreta do número de visitantes e também acaba por ser um apoio para a manutenção da festa". Vítor Frutuoso terminou, relevando o carácter social do evento, pois "nós abdicámos de 50 % das receitas para atribuirmos aos Bombeiros Voluntários de Marvão e, segundo a direcção da instituição, é um valor com uma importância significativa". Um gesto de solidariedade que se irá repetir em futuras edições da feira, pois, segundo o autarca, "faremos o mesmo nos próximos anos com outras instituições que necessitem o nosso apoio".
Textos: Ana Nunes - Jornal Fonte Nova
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